A despedida ao Papa Francisco reuniu, na manhã deste sábado, 26, na Praça de São Pedro cerca de 400 mil fiéis e admiradores. Foi, também, um momento de recados da Igreja para os cerca de 50 chefes de Estado que viajaram de todo o mundo para participar da celebração. Na condução do funeral assistido pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Donald Trump (Estados Unidos), Javier Milei (Argentina) e Volodymir Zelensky (Ucrânia), entre outros, o cardeal Giovanni Battista Re destacou a missão pastoral de Francisco, que manteve diálogo com outras religiões e apelou pelo fim de conflitos e o acolhimento de refugiados. Papa Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e de um quadro de insuficiência cardíaca.

A celebração no Vaticano marca o primeiro dia do Novendiali (novenário), os nove dias de luto e orações em honra ao Pontífice falecido.
Pouco depois do meio-dia, com a missa terminada, os fiéis começaram a deixar a Praça de São Pedro e o caixão com o corpo do Papa foi levado para a procissão por Roma, sendo recebido por cerca de 150 mil pessoas que o aguardavam nos pontos mais conhecidos da cidade, entre eles o icônico Coliseu. O corpo do Pontífice saiu em cortejo no papamóvel pelas ruas de Roma para enfim ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, como ele pedira em testamento.

Eleito em 13 de março de 2013, Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro pontífice a adotar o nome Francisco, em homenagem ao santo dos pobres. Conhecido pelo estilo austero e próximo do povo, preferiu viver em um apartamento simples em vez do Palácio Apostólico e costumava convidar moradores de rua e presos para refeições.
Como símbolo de seu legado, grupos de pessoas pobres, presos, migrantes e pessoas trans receberão seu caixão com uma rosa branca na chegada à Basílica de Santa Maria Maior. “Era um pastor simples, muito querido em sua arquidiocese, que viajava até de metrô ou ônibus para estar entre o povo”, registra no obituário oficial.
Francisco foi sepultado em um caixão de madeira selado com zinco, levando consigo seus sapatos pretos e seu inseparável rosário.
A luta contra a pedofilia na Igreja, a defesa de um papel maior para mulheres e leigos, e sua agenda de reformas marcaram seu papado, frequentemente enfrentando resistência de setores conservadores.
Com a morte de Francisco, a Igreja se prepara agora para escolher seu sucessor. O conclave deve ser convocado entre 15 e 20 dias após sua morte, embora possa ocorrer antes, em data ainda indefinida.