No dia 31 de março de 1964, há 61 anos, o Brasil sofreu um golpe militar que instaurou uma ditadura de 21 anos. O governo democrático de João Goulart foi derrubado pelas Forças Armadas com apoio de setores da elite, da imprensa conservadora e dos Estados Unidos, sob a justificativa de combater uma suposta ameaça comunista. O regime restringiu liberdades, perseguiu opositores e impôs censura à imprensa.
A ditadura, consolidada em 1º de abril de 1964, governou por meio de atos institucionais que aumentavam os poderes dos militares e retiravam direitos civis. O mais severo foi o AI-5, de 1968, que fechou o Congresso, suspendeu garantias individuais e ampliou a repressão. Segundo a Comissão Nacional da Verdade (CNV), o regime foi responsável por mais de 400 mortes e desaparecimentos políticos, além de milhares de prisões arbitrárias e casos de tortura.
Entre crescimento e crise: a economia no regime militar
Na economia, a ditadura teve momentos distintos. Durante o chamado “milagre econômico” (1968-1973), o Brasil registrou altas taxas de crescimento, grandes obras de infraestrutura e investimentos estatais. Contudo, esse modelo levou ao aumento da dívida externa e da desigualdade social. A crise do petróleo, em 1973, marcou o início do declínio, com inflação e recessão se intensificando nos anos 1980.
O fim da ditadura e a volta da democracia
A partir de 1979, o regime começou um processo de abertura política, impulsionado por manifestações populares e pela pressão internacional. A Lei da Anistia permitiu o retorno de exilados, mas também protegeu agentes do Estado envolvidos em tortura. O movimento Diretas Já, em 1984, foi um marco da luta democrática.
O fim da ditadura veio em 1985, com a eleição de Tancredo Neves pelo colégio eleitoral. A nova Constituição, em 1988, garantiu a restauração dos direitos civis e políticos, consolidando o Brasil como uma democracia.
61 anos depois: memória e desafios
Seis décadas após o golpe, a memória do regime militar segue em debate. Enquanto setores defendem a ditadura como um período de ordem e crescimento, historiadores e ativistas dos direitos humanos alertam para os abusos cometidos e a necessidade de preservar a democracia.
O Brasil de 2025 continua enfrentando desafios políticos e sociais, mas a lembrança dos anos de repressão reforça a importância da liberdade e do respeito às instituições democráticas.